Categoria até 77kg do ADCC 2022 deverá ser uma das mais insanas do evento
Categoria até 77kg do ADCC 2022 deverá ser uma das mais insanas do evento
Com oito veteranos, sete vencedores de seletiva e dois campeões, a divisão até 77kg tem tudo para ser uma das melhores da história.
Faltam apenas alguns dias para o ADCC 2022. Todos os 97 atletas foram selecionados para as seis divisões e para uma luta casada histórica. Mas as chaves ainda não foram reveladas. Essa semana analisaremos a lista de cada divisão para tentar entender as prováveis colocações e para tentarmos adivinhar como cada uma dessas chaves deve ser montada.
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NOTA: As chaves abaixo são pura especulação da equipe do FloGrappling, e não foram confirmados pelos dirigentes do ADCC.
A divisão até 77kg do ADCC 2022 pode ser a divisão mais disputada na história da competição de grappling. Começando pelo bicampeão e favorito dessa divisão, JT Torres, até o último nome da chave (seja quem for), qualquer um desses atletas tem um potencial legítimo para subir ao pódio.
Uma divisão tão forte pode ser uma bênção para os espectadores, mas uma maldição para os organizadores do evento que precisam montar essa chave. Não há como dizer quem será escolhido acima de quem, mas qualquer decisão no chaveamento deve garantir grandes confrontos desde a primeira rodada até a final.
Mas como será essa chave no final das contas?
Aqui está o nosso melhor palpite:
A primeira certeza da divisão é que JT Torres será o cabeça de chave número 1 na categoria até 77kg. Suas medalhas de ouro consecutivas em 2017 e 2019 fazem dele o homem a ser escolhido, e um terceiro ouro sequencial o tornaria o primeiro americano tricampeão em uma única divisão no ADCC.
Mas as certezas param por aí. Lucas Lepri provavelmente seria o cabeça de chave número 2 por ter sido medalhista de prata várias vezes na divisão de 77kg, mas sua recente saída do torneio deixou essa posição em aberto.
Dante Leon é uma boa aposta para ser o cabeça de chave número 2, já que ficou em quarto lugar na divisão em 2019. Lachlan Giles, medalhista de bronze de 2019 no absoluto, também tem direito a essa posição
Embora Davi Ramos tenha vencido a divisão em 2015, é provável que ele esteja no mesmo lado da chave de JT Torres, já que pelas regras do ADCC os companheiros de equipe devem se enfrentar até as quartas de final.
Kade Ruotolo, vencedor da seletiva Costa Leste, deve se juntar a Torres e Ramos no mesmo lado da chave junto com o cabeça de chave número 16. No total, metade dos integrantes dessa categoria tem experiência anterior no ADCC.
Renato Canuto chegou às quartas de final em 2019, antes de perder para Garry Tonon em luta que foi apontada como a melhor do ano. Oliver Taza lutou em 2017 e 2019, mas em ambas as edições foi derrotado logo na primeira luta.
Kenta Iwamoto perdeu na primeira rodada em 2019 na categoria até 66kg. E Nicky Ryan fez sua estreia em 2017, na época era o mais jovem competidor do ADCC, perdendo também na primeira rodada. Ele voltou em 2019 onde venceu a sua primeira luta, mas perdeu na segunda.
Isso deixa oito recém-chegados, muitos dos quais podem ter uma classificação mais alta do que os veteranos que retornaram.
William Tackett venceu a divisão mais dura da seletiva mais concorrida do ADCC até hoje. Ele venceu sete lutas para garantir sua vaga no ADCC 2022. Ele havia perdido na seletiva anterior para Kade Ruotolo, que também fará sua estreia neste ADCC.
Fenômeno brasileiro, Mica Galvão finalizou todas as suas lutas na seletiva Sul-Americana, onde precisou de um pouco mais de 60 segundos em cada uma dessas lutas para finalizar seus adversários. Se conquistar o ouro no ADCC deste ano, Galvão pode se tornar o campeão mais jovem da história.
Andy Varela e PJ Barch se saíram excepcionalmente bem na seletiva da Costa Oeste, enquanto Magid Hage competiu em quatro das sete seletivas do ADCC e chegou à final de uma. Roberto Jimenez venceu a segunda seletiva Sul-Americana com um desempenho dominante, passando por todos que estavam na chave.
Tommy Langaker, que raramente compete sem kimono, surpreendeu demonstrando uma grande habilidade e vencendo a seletiva europeia.
A jornada de cada um desses atletas para o ADCC é única, então montar uma chave justa e objetiva é quase impossível. Mas o regulamento do ADCC pode nos dar algumas dicas de como essa chave poderá ser montada.
De acordo com as regras do ADCC, os companheiros de equipe devem lutar até a segunda rodada – as quartas de final. Isso significa que Barch e Varela, ambos representantes da academia 10th Planet, estarão no mesmo lado da chave.
Tackett e Canuto, atletas da Checkmat, também estão destinados a lutar na segunda rodada.
Como mencionado anteriormente, Ramos, Torres e Ruotolo dividirão o mesmo lado da chave sob a bandeira Atos.
Melhor aposta: Magid Hage se juntará ao lado da chave onde estão os atletas Atos, já que Hage foi um substituto tardio para a divisão e pode ser considerado o último cabeça de chave. Então, um lado ficaria assim:
A medalha de bronze absoluto de Lachlan Giles pode lhe colocar à frente de um vencedor das seletivas. Isso seria uma justificativa para o australiano, que venceu em 2015, 2017 e 2019 a seletiva Oceania e Ásia e se tornou um veterano do ADCC. Por isso ele deve enfrentar o cabeça de chave número 15, Kenta Iwamoto. Os dois restantes desse lado teriam que ser atletas do “meio de campo”, talvez Oliver Taza e Mica Galvão.
Se o quarto lugar de Dante Leon for suficiente para ele ficar como número 3 da chave, os fãs podem ficar prontos para assistir a luta entre ele e Tommy Langaker, o possível número 14 da chave. Isso deixa Roberto Jimenez e Nicky Ryan como os dois únicos atletas sem dependência de equipe. Esse confronto, esperado há anos, pode finalmente se concretizar na primeira rodada do ADCC.
É possível que o quadrante final da chave seja disputado entre Checkmat e 10th Planet. Tackett e Canuto têm grandes chances de serem cabeças de chave, já que Varela e Barch foram convidados no final da temporada e podem ser considerados menos favoritos.
Se esta previsão inicial estiver correta, a chave ficaria assim:
É possível – e bem provável – que a estrutura real da chave seja diferente. Varela e Tackett se enfrentaram na final da seletiva Costa Oeste, e os organizadores do ADCC podem tentar impedir que essa revanche aconteça na primeira rodada. Galvão e Taza se enfrentaram no WNO ano passado. Nicky Ryan teve uma vitória dominante sobre Dante Leon nas regras do ADCC no Road To ADCC da FloGrappling em 2021, e isso pode ajudá-lo na colocação da chave.
Com todos esses fatores, existem grandes chances de mudanças para essa chave. Mas uma coisa é certa: com uma divisão tão recheada de estrelas, não faltarão lutas históricas, icônicas e marcantes na carreira de cada um desses atletas.