Os fãs do Brasil passaram a madrugada acordados para acompanhar mais uma edição do Tezos WNO, realizado em Costa Mesa, na Califórnia. 

Apesar da saída do Gordon Ryan de última hora, que estava escalado para enfrentar Felipe Preguiça, todos os atletas souberam aproveitar a oportunidade para mostrar seu trabalho sem dividir tanta atenção com o pentacampeão do ADCC.

A luta mais aguardada da noite não decepcionou, Nick Rodriguez e Felipe Preguiça protagonizaram um duelo empolgante e bastante ativo durante os longos 30 minutos. Ambos os atletas tiveram momentos bons durante o duelo, mas o que pesou a favor foram as tentativas de raspagens e guilhotinas que tentou ao longo da luta. Nick, por sua vez, buscou finalizar Preguiça no pé, mas não teve sucesso. 

Na co-luta principal, Pedro Marinho também manteve o Brasil no topo. Contra Giancarlo Bodoni, Pedro foi uma máquina de derrubar e provou que sabe jogar de forma inteligente quando precisa. Seu wrestling foi superior durante todo o duelo. Bodoni, por sua vez, não conseguiu repetir a mesma atuação que o fez ser campeão do ADCC. 

A seguir, veja como foram todas as lutas do card principal:  

Rene Sousa defende as costas e finaliza no leg-lock 

Rene Sousa x Kieran Kichuk era uma das primeiras lutas mais esperadas por boa parte da comunidade, incluindo campeões do ADCC, Diogo Reis e Augusto Tanquinho, que externaram suas opiniões através da rede social. Rene e Kieran estavam no mesmo nível de performance no início da luta, com ataques perigosos para ambos os lados. Em um certo momento, Kichuk foi capaz de pegar as costas, mas acabou não criando oportunidades de finalizar a partir dessa posição de domínio.  Nos minutos seguintes, Rene buscou atuar mais por cima, tentou passar a guarda e abrir espaços no jogo do seu oponente. Com a guarda afiada do adversário, Rene preferiu se embolar nas pernas, fazendo um jogo de ataques visando o heel-hook. Mas a oportunidade que ele teve para finalizar veio através de uma transição do ataque de pé para o joelho. Rene venceu por finalização. 

Jasmine Rocha mostra poder de finalização 

Na única luta feminina da noite, Jasmine Rocha e Amanda Bruse provaram que as mulheres merecem cada vez mais oportunidades no Who’s Number One. O duelo começou estudado e, em alguns momentos, parecia bem travado. Mas conforme o tempo foi passando, Amanda parecia dominar Jasmine até o final da luta, ao quase passar a guarda e atacar o pescoço. Depois de defender bem os ataques, Jasmine priorizou colocar a estratégia que seu pai pedia. Primeiro, tentou dois ou três ataques no pé de Amanda, mas sem sucesso. A luta ficaria a favor dela por cima e isso ficou claro quando foi capaz de transpor a guarda com uma passagem cruzando o joelho. De lá, Jasmine montou e finalizou sua adversária. Ao fim da luta, na entrevista, Jasmine apontou Luiza Monteiro como um nome que gostaria de enfrentar. 

Jonnatas Gracie tem atuação perfeita 

A expectativa era bem alta para ver como Jonnatas Gracie iria performar diante de um adversário perigoso como Oliveira Taxa, especialista em chaves de pé e representante do time New Wave, o mesmo time de Gordon Ryan. Apesar de ser derrubado no início da luta, Jonnatas estava bem convicto de que era o dono da partida. Uma vez por baixo, Gracie lidou bem com a postura do seu oponente, que tentou atacar suas pernas rapidamente. A defesa de Jonnatas estava em dia, mas pareceu que a chave estava bem justa. A defesa para o ataque foi a mesma posição que Kaynan usou contra Craig Jones, como relembrou o comentarista. Depois de defender bem a posição, Jonnatas mostrou que sua passagem de guarda é uma das melhores do grappling. Não satisfeito em passar, ele montou e dominou totalmente Oliver Taza. Ao fim da luta, frustração total para o canadense. Jonnatas não aparecia como favorito e provou que as casas de apostas estavam erradas. 

JT Torres mostrou porque ele é um bicampeão do ADCC

Em sua primeira participação no Who’s Number One, JT Torres provou que está em um nível muito diferenciado. Como eu havia mencionado antes, JT apresentou um estilo técnico e táctico para conter Magid Hage. O atleta da Atos passou a guarda inúmeras vezes, pressionando bastante a guarda do oponente. Era possível notar que o posicionamento das mãos e do quadril de JT eram os pontos chaves para avançar sem sofrer nenhum tipo de perigo. O bicampeão do ADCC mostrou, na prática, que as conexões do seu jogo o levam a um amplo domínio seja contra quem for. Quando foi capaz de montar, arriscou um armlock, mas preferiu não ajustar totalmente, apesar da defesa de Magid. Uma vitória maiúscula! 

Pedro Marinho domina e mantém o cinturão meio-pesado 

A co-luta principal da noite colocou frente a frente Pedro Marinho, atual campeão do Who’s Number One, e Giancarlo Bodoni, atual campeão do ADCC até 88kg. Pedro mostrou sua maturidade no grappling, venceu de forma dominante e pediu mais respeito com o seu nome. Nas casas de apostas, Pedro não foi apontado como favorito, apesar de ser o atual campeão. Durante a luta, o faixa-preta da Gracie Barra colocou pressão para derrubar Bodoni duas vezes e dominar por cima. Vitória segura para manter o cinturão em casa. Ao final da luta, durante a entrevista, Pedro disse que está em um nível alto há três anos e escolheu Nicholas Meregali como próximo oponente. 

Preguiça vence Nick Rod em batalha de 30 minutos 

Os primeiros 10 minutos tiveram muito estudo, mas não deixou de ser interessante. Nick até ficou na frente por um momento, por buscar mais a luta, mas o jogo mudou à medida que o tempo foi correndo. Pouco depois dos 10 minutos, Pena mostrou que o seu jogo de guarda é perigoso e quase pegou Nick em uma omoplata, mas o adversário era forte e escorregadio para defender. O duelo foi ficando cada vez mais interessante e, em certos momentos, os movimentos de tentativas de pegar as costas eram muitos. Em um determinado momento, Nick foi capaz de achar uma brecha para atacar o pé de Felipe, que defendeu com maestria. No fim, os juízes decidiram Felipe Preguiça como campeão.