Com 4 veteranas em ação, divisão feminina até 60kg deve ser a mais acirrada
Com 4 veteranas em ação, divisão feminina até 60kg deve ser a mais acirrada
Chaveamento da categoria vai depender da atleta que ocupará a quarta posição do ranking
Faltam apenas alguns dias para o ADCC 2022. Todos os 97 atletas foram selecionados para as seis divisões e para uma luta casada histórica. Mas as chaves ainda não foram reveladas. Essa semana analisaremos a lista de cada divisão para tentar entender as prováveis colocações e para tentarmos adivinhar como cada uma dessas chaves deve ser montada.
NOTA: As chaves abaixo são pura especulação da equipe do FloGrappling, e não foram confirmados pelos dirigentes do ADCC.
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A categoria feminina até 60kg contará com o retorno de quatro veteranas do ADCC e várias vencedoras perigosas de seletivas. Isso deixa muitas das principais cabeças de chaves óbvias nesta divisão que contará com oito atletas.
Depois de finalizar Ffion Davies na final de 2019 para ganhar seu primeiro ouro no ADCC, Bianca Basílio provavelmente será a cabeça de chave número 1 dessa divisão. Ela será a mulher a ser batida nesta divisão e deve encontrar o melhor confronto possível na primeira rodada. Mas Basílio não é a única medalhista de ouro que estará de volta.
Beatriz Mesquita, que levou o ouro em 2017 e ficou em quarto lugar em 2019, voltará para tentar ser campeã do maior torneio de grappling do mundo. Ffion Davies será obviamente a cabeça de chave número 3, pois conquistou a prata em 2019 ao finalizar Mesquita com um arm-lock na semifinal antes de perder para Basílio na final. Apesar de tecnicamente ser a cabeça de chave número 3, Davies pode assumir a posição de número 4, já que ela e Basílio podem representar o mesmo time (Atos Jiu-Jitsu), e o regulamento do ADCC exige que os companheiros de equipe lutem até a segunda rodada da competição.
Mas então, quem será o quarto atleta da chave?
Alguns argumentam que deveria ser a veterana do ADCC, Elvira Karppinen, que conquistou o bronze em 2019. Ela é uma das quatro veteranas que retornam ao ADCC, e uma das quatro atletas que não precisou vencer uma seletiva para ganhar seu lugar na divisão. Karppinen derrotou duas adversárias notáveis em sua carreira no ADCC. A finlandesa superou a campeã do ADCC Mackenzie Dern antes de perder nas semifinais. Em 2019, ela derrotou a campeã mundial sem kimono Catherine Peret por pontos. Se Karppinen for considerada a número 4 no ranking, ficará fácil preencher a chave.
A quinta atleta deve ser Brianna Ste-Marie. A faixa-preta canadense venceu as seletivas norte-americanas de 2021 da Costa Leste e de 2022 da Costa Oeste. Ela teve que derrotar oponentes favoritas ao título para ganhar sua vaga, incluindo nomes condecorados como Raquel Canuto e Nathalie Ribeiro. Ste-Marie foi a vencedora em duas das mais difíceis seletivas da história do ADCC, e isso deve ser suficiente para colocá-la à frente de todas as suas adversárias que venceram seletivas nessa chave.
Mayssa Bastos estará logo atrás. Apesar de ser a atleta mais leve da categoria, Bastos passou pela segunda seletiva Sul-Americana do ADCC conseguindo várias finalizações, incluindo uma na final sobre Julia Alves. Bastos está invicta na competição sem quimono como faixa-preta e é uma das lutadoras mais condecoradas do ADCC este ano, independente da divisão. Se Karppinen for a cabeça de chave número 4, Bastos certamente será a sexta.
Isso deixa a vencedora do seletiva Europeia, Julia Maele, e a vencedora da seletiva da Oceania e Ásia, Adele Fornarino, provavelmente como as cabeças de chave número sete e oito. Mas essa chave depende do quanto peso os organizadores do ADCC vão dar à experiência de Karppinen no ADCC e sua medalha de bronze. Ela não lutou contra Mesquita pelo terceiro lugar em 2019, pois Mesquita se machucou na semifinal. Se os dirigentes do ADCC priorizarem o domínio de Ste-Marie nas seletivas em relação a história de Karppinen no ADCC, isso mudaria drasticamente o caminho para a vitória de todos desta divisão.
Com Karppinen como cabeça de chave número 4, um lado da chave estaria preenchida por Basílio, Davies e Ste-Marie. O outro lado da chave teria um caminho um pouco mais fácil para a vitória, especialmente para Mesquita, cujo teste mais difícil seria Mayssa Bastos, que é muito mais leve, ou a menos condecorada Karppinen.
Mas se o ADCC conceder a Ste-Marie a colocação número 4 na chave, Mesquita, sem dúvida, leva a pior. Na sua segunda luta, ela enfrentaria a vencedora entre Bastos e Mesquita, duas das adversárias mais imprevisíveis, mas em ascensão, da divisão. O ADCC pode decidir não separar Basílio e Davies, que são rivais de longa data apesar de agora ostentarem a mesma bandeira da Atos. Se Basilio e Davies estiverem separadas, a divisão ficaria mais equilibrada. Mesquita e Davies podem ter a oportunidade de mudar o placar de 1 a 1 no ADCC; cada uma delas derrotou a outra via arm-lock.
Se for esse o caso, quem é a número 4 e quem é a número 5 não importará, pois, Karppinen e Ste-Marie se enfrentariam na primeira rodada. A vencedora provavelmente enfrentaria Basílio por uma chance na final. Mas se as chaves forem feitas desta forma, com Basílio do lado oposto da chave de Mesquita e Davies, Bastos levaria a pior. Sua luta na primeira rodada seria a vice-campeã de 2019, Davies. Na segunda luta ela provavelmente enfrentaria Mesquita; e Basílio provavelmente estaria esperando por ela na final.
Não importa como a divisão até 60kg do ADCC 2022 será montada – não importa quais escolhas para as cabeças de chave os organizadores façam – o que importa é que a chave colocará as melhores do mundo frente a frente. As estreantes esperançosas do ADCC, como Ste-Marie e Bastos, serão tão perigosas quanto qualquer uma da divisão, incluindo as favoritas e campeãs.