Diogo Reis explica "modo Baby Shark" para vencer o ADCC 2022
Diogo Reis explica "modo Baby Shark" para vencer o ADCC 2022
O campeão da categoria 66kg do ADCC conta sobre seu equipe, a luta contra o parceiro do time dele, e a final que ele ganhou para pegar o ouro.
O ano de 2022 vai estar para sempre na memória de Diogo Reis. O Baby Shark tornou-se o novo campeão do ADCC, maior torneio de grappling do jiu-jitsu, aos 21 anos de idade em sua primeira participação. Ele não teve tarefa fácil, precisou vencer atletas duríssimos e um amigo de equipe durante sua jornada até o ouro na divisão 66kg.
Depois de 12 anos, após o título de Xande Ribeiro em 2009, Manaus volta a ter um campeão do evento de grappling. Único campeão do torneio que mora e treina exclusivamente no Brasil, Diogo explica a decisão que o fez não optar por treinar nos Estados Unidos, por exemplo.
“O Mica Galvão ganhou o Mundial treinando em Manaus, Fabrício também ganhou o Mundial treinando em Manaus, eu e Brenda tivemos ótimos resultados treinando aqui também e o mestre Melqui (Galvão) decidiu manter o trabalho em nossa escola. O mestre fez o melhor com o material que a gente tem aqui e material humano não falta, nós temos uma estrutura boa aqui e fizemos dar certo. Fizemos o melhor com o que a gente podia para esse ADCC 2022. Nosso time tem muito atleta que ainda não ganhou destaque, mas que vai aparecer logo,” ressaltou Diogo.
Depois de ter vencido Ashley Williams, Diogo sabia que teria que medir forças com o amigo Fabricio Andrey, que havia vencido Cole Abate na primeira luta. A seguir, ele explica como está sua relação com Fabrício e fala sobre o grau de dificuldade de fazer uma luta dessa. Foi a segunda vez que eles lutaram, a primeira foi na seletiva do ADCC em Balneário Camboriú.
“Eu e o Fabrício crescemos juntos, conheço ele desde que ingressei na academia do mestre Melqui. A gente tem uma amizade grande e é difícil chegar em sua situação de luta, onde os dois querem ganhar. Eu quero ganhar e o Fabrício também quer ganhar. Ele não é só meu parceiro de treino, ele é um irmão para mim. Ele faz parte da minha família. Essa situação de lutar com um amigo é muito chata, mas nossa relação fora do tatame é muito boa. Está tudo bem, nada fora do controle,” explica Diogo.
Na disputa pelo ouro até 66kg do ADCC, Diogo mediu forças com Gabriel Sousa, que dominou todos os seus adversários na outra chave. Pouca gente tinha conhecimento, mas eles já tinham se enfrentado anteriormente, quando ainda eram faixas coloridas, em um torneio local na Califórnia. Na época, Diogo era faixa-azul e Gabriel faixa-marrom.
“Fiquei animado, era minha chance pela revanche contra o Gabriel, que me venceu quando eu era faixa-azul. Eu olhei as lutas do Gabriel e estava vendo como ele fazia o jogo de wrestling. Eu só neutralizei os ataques dele e fiz os meus ataques. Eu não estava atacando direto, porque ele estava com um wrestling muito bom também, defesas boas. Eu fiz muito arm drag com double leg, foram as vezes que consegui derrubar ele. Eu falei: ‘não vou ficar trocando força com ele, vou jogar na distância.’ Consegui também fazer um bom jogo de guarda. Por cima e por baixo eu estava muito bem também, estava no modo Baby Shark.” analisa o campeão.